Pela primeira vez, já em sua 8ª edição, o FORUM MUNDIAL DA ÁGUA aconteceu no Hemisfério Sul, no Brasil, sediado em Brasília, a capital do país. As RSCM se fizeram presentes através das Irmãs Geny e Rosinha. Participaram cerca de 30 mil pessoas, de 170 países.
COMO ACORDAR O MUNDO? Esta é a mensagem que fica na nossa responsabilidade: É URGENTE PARAR DE DESTRUIR!Com certeza, toda a gente interessou-se por acompanhar pela mídia este evento internacional, planetário! Por isso, desejosa de partilhar com todas a minha experiência de participante, vou simplesmente nomear breves informações gerais e algumas das minhas impressões… reflexões muito pessoais:
– UMA VISÃO GLOBAL DO FORUM: Começando pela sua montagem física, o Fórum foi um espetáculo! Eram 5 locais, montados ou disponibilizados para esta finalidade: Centro de Convenções Ulisses Guimarães – local oficial do Fórum, com a Sessão Oficial de Abertura, apresentação dos temas e subtemas oferecidos durante os dias do Fórum, partilha de experiências em diferentes partes do mundo, e a Sessão Oficial de Enceramento do Fórum; Estádio Mané Garrincha: local para a Praça da Alimentação; Dois Pavilhões de Exposições, Mostras e Propostas de variados grupos, organizações nacionais, estrangeiras e multinacionais; E, finalmente, o “Vila Cidadã” – espaço aberto, livre e gratuitamente, para toda a população, com apresentação de grupos inscritos e atividades informativas, educativas, interativas e lúdicas, com focos para todas as idades.
– MINHA VISÃO PESSOAL DO FORUM – apontando para três aspectos apenas:
1. O envolvimento “emocional” despertado sobre o tema antes do Fórum, para mim, foi bem maior do que o protagonismo ainda bastante tímido, ali evidenciado, das pessoas e comunidades locais, na questão e no problema crucial da água.
3. Na verdade, os dois grandes “protagonistas” na questão crucial da água são o Estado e as Empresas Privadas. Isto fica evidente até mesmo pela LISTA DE PATROCINADORES DO FORUM. Outra prova disto: num dos subtemas para o qual eu me inscrevi, a solução escolhida para o problema da Bacia do Rio São Francisco – chamado “Rio da Unidade Nacional, banhando 7 Estados Brasileiros, foi a PRIVATIZAÇÃO DA CHIESF, subsidiária da ELETROBRAS (Companhia Hidroelétrica Brasileira). Com isso, fica evidente que o envolvimento e o protagonismo das comunidades locais não fazem parte deste processo de busca de solução.
3. O que “fez meu coração arder”…, naqueles dias de Forum, foi o CALOR da partilha de comunidades, num testemunho bonito e forte de pessoas protagonistas em suas realidades locais. Ali, vai se dando a transformação das pessoas e da natureza, de forma interativa e de benefício mútuo! Destaco de modo especial duas dessas experiências partilhadas e que fizeram parte da minha escolha de Temas:
a) No Brasil – junto à Barragem de Itaipu – Estado d Paraná: uma jovem senhora, Silvana, educadora, foi uma das desapropriadas naquela região da construção da barragem. Fez, a partir daí a opção pela civilização participativa, pela busca da segurança hídrica e do desenvolvimento regional sustentável para todos (Cf. ODS da ONU). Neste modelo de gestão, o comitê gestor municipal engloba 29 municípios e 2.146 organizações parceiras, com muito envolvimento comunitário.
b) No Japão – num pós-terremoto, com suas consequências de destruição do ambiente, deu-se o êxodo dos jovens e o envelhecimento da população que permaneceu. No pós desastre, a partir da vivência e reflexão com as duas partes, surgiu o programa de ação solidária dos jovens junto à população envelhecida que ali permaneceu. Para ambas as partes, surgiu VIDA NOVA.
4. Que Sabedoria me ficou como LUZ: Produção, Água, Comunidade: os três se completam. A Vida é a estratégia de SER do nosso Planeta Terra. Nós SOMOS NATUREZA! Todos! Incluindo NÓS! A HUMANIDADE FAZ PARTE DA NATUREZA, e por vezes vivemos mais como parasitas!
Vida é água organizada. Água se planta! E a agricultura moderna viola a VIDA. Precisamos fazer o contrário, seguindo a lógica da natureza. Pois O ELEMENTO ESSENCIAL DA PLANTAÇÃO É O SER HUMANO. (Esta partilha foi de uma pequena agricultora, da Região do Cerrado Brasileiro)
Ir. Rosa de Lima Pereira, RSCM