TEMPOS DE PANDEMIA… TEMPOS DE SOLIDARIEDADE!

Posted Janeiro 25, 2021

Grupo Herança e Espiritualidade
Ir.Rosinha Pereira, RSCM


As estatísticas comprovam algo que já seria mesmo uma evidência: quanto mais vulnerável a condição de vida, mais vulnerável o SER HUMANO se torna diante de uma agressão ambiental, de uma pandemia.

I- Na audiência pública do dia 26 de agosto de 2020, como faz sempre às quartas feiras, o Papa Francisco fez uma fala orientadora para todos que estamos submetidos ao ataque do Covid-19. O Papa foi direto na ferida: “Este vírus é consequência de uma economia doente. Ela subsiste mediante a exploração das pessoas e da devastação da natureza, coisa que eu mesmo venho insistindo, na contramão da maioria dos analistas das mídias sociais sobre a origem do Covid-19. Consideram o vírus em si, como algo isolado que há que se exterminar, sem analisar o contexto em que se insere e por que foi causado: pelo sistema de produção que avança sobre a natureza buscando riqueza e criando injustiça ecológica e  injustiça social planetária. É um sistema anti-vida. Ou acabamos com ele ou ele vai acabar com a vida na Terra, incluindo a espécie humana, como vários notáveis do mundo nos advertem, especialmente biólogos e ecólogos.

“Podemos produzir não para acumular riqueza, mas para ter o suficiente e decente para todos, em harmonia com os ciclos da natureza e com o sentido de solidariedade para com as gerações presentes e futuras”, sugere o teólogo e ambientalista, Leonardo Boff. Para ele, “o que está matando não é exatamente o Coronavirus, mas sim a baixa imunidade da grande parte da nossa população”!

Em sua fala, prossegue o Papa Francisco:

A pandemia destacou e agravou problemas sociais, especialmente a desigualdade. Alguns podem trabalhar em casa, enquanto para muitos outros isso é impossível. Algumas crianças, apesar das dificuldades, podem continuar recebendo uma educação escolar, enquanto para muitas outras foi interrompida abruptamente. Algumas nações poderosas podem emitir dinheiro para enfrentar a emergência, enquanto para outras isso significaria hipotecar o futuro.

Esses sintomas de desigualdade revelam uma doença social; é m vírus que vem de uma economia doente. Precisamos dizer isso, simplesmente: a economia está doente. Ela ficou doente. É o fruto de um crescimento econômico injusto – essa é a doença: o fruto de um crescimento econômico injusto – que ignora os valores humanos fundamentais. No mundo de hoje, poucos riquíssimos possuem mais do que o resto da humanidade.

Repito isso porque nos fará pensar: uns poucos muito ricos, um pequeno grupo, possuem mais que o resto da humanidade. Isso é estatística pura. É uma injustiça que clama ao céu! Ao mesmo tempo, esse modelo econômico é indiferente aos danos infligidos à casa comum. Não cuida da casa comum. Estamos perto de ultrapassar muitos dos limites de nosso maravilhoso planeta, com consequências graves e irreversíveis: da perda da biodiversidade e das mudanças climáticas à elevação do nível do mar e à destruição das florestas tropicais.

desigualdade social e degradação ambiental caminham juntas e têm a mesma raiz (cf. Enc. Laudato Si’, 101): aquela do pecado de querer possuir, de querer dominar irmãos e irmãs, de querer possuir e dominar a natureza e o próprio Deus. Mas esse não é o desígnio da criação.

“No início, Deus confiou a terra e os seus recursos à gestão comum da humanidade, para cuidar dela”.

II- NOSSA HISTÓRIA RSCM nos mostra que este desafio não é exclusivo dos nossos tempos hoje. Temos registros disso nos livros das nossas origens, especificamente na França dos séculos XVIII e XIX, ambiente em que viveram nossos Fundadores, suas famílias e as nossas primeiras Comunidades e Obras RSCM.

As palavras seguintes, do Papa Francisco, são uma introdução perfeita e inspiradora, para melhor compreendermos a posição vivida pelo Pe. Gailhac, e o “ímpeto” fundador das nossas Primeiras Comunidades RSCM:

“Quando a obsessão em possuir e dominar exclui milhões de pessoas dos bens primários; quando a desigualdade econômica e tecnológica é tal que dilacera o tecido social; e quando a dependência de um progresso material ilimitado ameaça a casa comum, então não podemos ficar parados, apenas olhando. Não, isso é desolador. Não podemos ficar parados e assistir! Com o olhar fixo em Jesus (cf. Hb 12, 2) e com a certeza de que o seu amor opera através da comunidade dos seus discípulos, devemos todos agir juntos, na esperança de gerar algo diferente e melhor. A esperança cristã, enraizada em Deus, é a nossa âncora. Sustenta a vontade de compartilhar, fortalecendo nossa missão como discípulos de Cristo, que compartilhou tudo conosco.

E isso foi compreendido pelas primeiras comunidades cristãs, que, como nós, viveram tempos difíceis. Conscientes de formar um só coração e uma só alma, eles colocavam todos os seus bens em comum, dando testemunho da graça abundante de Cristo para com eles (cf. At 4, 32-35). Estamos passando por uma crise. A pandemia colocou todos nós em crise.

Mas lembrem-se: não se pode sair de uma crise iguais, saímos melhores ou saímos piores. Essa é nossa opção”  (Papa Francisco).

1. UMA CAMINHADA NA FÉ E NO TEMPO-VOL. I- Cap.1- Jean Gailhac

Capelão do Hospital Central de Béziers – A nomeação oficial para a capelania do hospital é datada de 12 de Setembro de 1828 e tem o seguinte teor: “Nós o nomeamos capelão do Hospital militar da cidade de Béziers e nós lhe demos e damos todos os poderes necessários para realizar as funções ligadas a este lugar”. A partir desta data, Jean Gailhac é definitivamente capelão do hospital, com plenos poderes para realizar a sua missão.

… O zelo que punha no cumprimento do dever é tão grande que, em novembro de 1829, recebe uma advertência do Padre Bastet – “Tome cuidado em não trabalhar tanto, (ilegível) levantando-se de noite sem necessidade. Dentro de alguns anos, sentirá que fez demasiado”.

… Em 1832, a cólera se alastra pela cidade e aumenta o número de doentes no hospital. Jean Gailhac não tem um minuto de repouso e acaba por apanhar uma pleurisia. Apesar das rigorosas prescrições médicas, não se deixa abater pela doença. Pouco depois, está de novo ao serviço no hospital.

… A carta de 7 de março de 1832 é, sem dúvida, mais um momento forte e decisivo na experiência espiritual de Gailhac. Reafirma, novamente, a sua primeira opção de ser padre só para amar a Deus e levar os outros a amá-Lo, empenhando-se cada vez mais no seu ministério sacerdotal.

Entre as doenças que apareciam no hospital, contava-se as que eram consequência da prostituição. Com o fim de se tratarem, muitas jovens eram ali internadas numa sala especial. Jean Gailhac entra em contato com estas moças, sensibiliza-se com a situação degradante em que vivem, assiste-as espiritualmente e, enquanto ali permanecem, consegue que algumas desejem uma vida diferente e até recebam os sacramentos. Mas, uma vez curadas e regressando ao seu ambiente, não são perseverantes na mudança de vida. Estes retrocessos na regeneração mostravam a Gailhac que não bastava a assistência no hospital. Enchia-se de compaixão por aquelas mulheres, vítimas do contexto social. Naturalmente que se avivaram nele as conversas que tivera há anos com o Padre Martin sobre a necessidade de regenerar este tipo de jovens. Era preciso ir mais longe e encontrar um processo mais duradouro.

Sonha com uma casa que permitisse a um grupo mais numeroso fazer experiência do amor misericordioso de Deus e sentir o desejo de viver sempre à imagem e semelhança do seu Criador.

  1. UMA CAMINHADA NA FÉ E NO TEMPO-VOL.I-Cap.9 – PROVAÇÕES

“A doença e a morte são dois fatores que, ao longo do governo da Madre Saint Jean, provocam dificuldades no Instituto nascente. Logo após as primeiras entradas, as doenças pessoais ou epidêmicas batem à porta. Em 1854, grande parte da comunidade e das alunas é atingida pela cólera. Embora tenham sido tomadas todas as precauções possíveis, não se conseguiu evitar a morte de três órfãs. Em setembro do mesmo ano, a comunidade e muitas alunas são atacadas pela suete, febre acompanhada de suores frios. Apenas duas irmãs, entre elas a Madre Saint-Félix, ficaram de pé, tendo de tratar as doentes, dia e noite. No fim, a Madre Saint-Félix cai num tal esgotamento que leva dois anos a recompor-se. Durante a vida da Madre Saint-Jean, morreram quinze irmãs do Sagrado Coração de Maria, entre as quais duas noviças e três postulantes. A morte de Sainte-Marie Eustache, Saint-Cyprien Froment e Saint-Stanislas Gibbal, que faziam parte do grupo da primeira profissão, causa um profundo desgosto aos restantes membros da comunidade. A Madre Sainte-Marie, falecida a 6 de fevereiro de 1853, pouco tempo vive como professa, distinguindo-se pela sua doçura, humildade e obediência. A Madre Saint-Cyprien, sofrendo de uma hidropisia nas pernas e de outros problemas de saúde, mantém-se de pé, enquanto pode andar, vindo a falecer a 4 de julho de 1856. A Madre Saint-Stanislas, que sempre fora doente, acaba por morrer a 15 de dezembro de 1859. Se a doença e a morte eram dolorosas para a comunidade, causavam grande sofrimento à Madre Saint-Jean, cuja saúde se ressentia.

Grupos Intergeracionais

Abril 15, 2024

Em 2021, a Comissão de Formação do Instituto (CFI), na sequência do inquérito realizado às Irmãs em todo o Instituto,…

Veja Mais

BEM-VINDAS AO CLA 2023!

Novembro 1, 2023

Mulheres de esperança profética, comunidades em saída É um grande prazer recebê-las nesta reunião do Conselho de Liderança Ampliado. Boas-vindas…

Veja Mais

CONGREGAÇÃO DOS MEDIA

Setembro 22, 2023

  Alegramo-nos com este dia: A 23 de setembro de 1826 Jean Gailhac foi ordenado sacerdote por Monsenhor Nicolas FOURNIER;…

Veja Mais