Carta 2

Posted Novembro 25, 2021

Somain, Junho 2021 

Uma carta de agradecimento a Jean Gailhac – carta 2

Caro Padre Gailhac,                        

O seu nome apareceu na semana passada num artigo no Journal Midi Libre! (27 de Maio de 2021) Não fala de si, mas da casa que tem o seu nome, uma casa que fundou em 1834 para acolher crianças abandonadas*. Chamava-se, então Orfanato. A, “Maison Jean Gailhac”, ainda hoje acolhe cerca de sessenta crianças dos 4 aos 17 anos, divididas em vários polos.  Como noviça, trabalhei lá alguns meses e foi aí que comecei a conhecer-vos melhor, a minha “curiosidade” estimulada pela continuidade deste magnífico projecto, no qual me encontrei subitamente imersa. 

As irmãs falaram-me de vos (como posso esquecer o entusiasmo da Madre São Maurício que, num corredor da Casa Mãe, dizia repetidamente, como uma mantra, o teu convite premente “Estuda Jesus Cristo”. “Seja outro Jesus Cristo”). Claro que eu tinha lido algumas das vossas cartas! No final da década de 1970, ainda não tínhamos os cadernos “Fontes da Vida” para nos orientar e, admito, que achei a leitura dos vossos escritos bastante árdua.

Foi o percurso da sua vida que me tocou profundamente e que ainda hoje é “Palavra” para mim: um percurso marcado desde a infância, pelo amor de Deus que ardia no vosso coração que moldava e o dirigia, irresistivelmente para os mais pequenos, para as pessoas que a sociedade isolava e marginalizava. Padre Gailhac, a sua fé é audaciosa, a sua criatividade é corajosa mesmo nas piores dificuldades. Tocam-me o coração e continuam a falar-me nas minhas questões diárias: em quem ponho a minha confiança? O que fazes dos teus talentos? De quem  te fazes “vizinha”?

Quando, no início dos anos 90, a missão me trouxe de volta ao “vosso” Lar das Crianças em Béziers, senti, uma vez mais, uma profunda ligação interior com o espírito do vosso projecto, que continua a existir na vossa terra natal (há quase 190 anos). Nesse período, fiz parte do Conselho de Administração. O empenho dos leigos que o constituíam, lembrou-me o dos vossos amigos Eugène e Appollonie Cure Pélissier**. Este casal, profundamente cristão partilhava o vosso entusiasmo, as vossas preocupações, o seu tempo e o seu dinheiro, para satisfazer as necessidades do estabelecimento que fundastes. Consigo, Padre Gailhac, prezo o lugar da amizade na minha própria vida. Aprendi a força missionária dos projectos que partilho com as minhas irmãs em comunidade e com tantas outras. Gostaria que minha criatividade fosse como a vossa: totalmente disponível ao Espírito, contribuindo para respostas mais humanas a situações injustas, tais como a dos refugiados, acolhidos na nossa cidade de Somain.

O artigo mencionado no início da minha carta, testemunha a frutuosa longevidade de “Jean Gailhac”! (é assim que a sua casa é chamada e conhecida em Béziers. Interpreto este forma abreviada como uma homenagem afectuosa).

Este artigo enche-me de alegria e é para mim um sinal claro e comovente da continuidade do vosso incansável acompanhamento do “Céu”, como Bom Pastor. O “milagre” da vida amolgada e ferida, que se reconstrói dia após dia, graças a esta casa, é “como” uma exegese viva da palavra de Cristo retomada em parte na cruz do nosso Instituto que coloco todas as manhãs: “Eu vim para que tenham Vida, Vida em abundância” (Jo 15, )

Obrigado Padre Gailhac,

A sua filha

Marie-France Correau rscm

*Uma viagem na fé e no tempo R do Carmo Sampaio Vol.1 p 35 **  p 40,41

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