Festa da Imaculada Conceição – 8 de Dezembro de 2022
Thérèse-Marie POTELLE, rscm.
Unidade França –
Leitura: Gen 3:9-15.20 / Ps 97 /éf 1:3-6.11-12 /Lc 1:26-38
8 de Dezembro de 1854 em Roma……Na presença de uma enorme multidão, o Papa Pio IX, proclamou solenemente o decreto firme e inviolável da concepção sem pecado da Bem-Aventurada Virgem Maria, celebrada como a Imaculada Conceição. A Virgem Maria.
Uma personagem fantástica e monumental, esmagada sob os títulos que foram lhe foram sobrepostos ao longo dos séculos, o lugar de todas as projecções. Ela tornou-se uma personagem universal, constantemente adaptada, tornando-se negra em África, amarela na Ásia…
Testemunha disto, a sua iconografia que varia de acordo com as culturas, sensibilidades e tempos. Na gruta de Lourdes, no sul de França, ela aparece a Bernadette Soubirous como uma “bela senhora” vestida de branco e azul, e é aí que ela revela o seu nome e confirma o seu estado: “Eu sou a Imaculada Conceição. Esta é uma graça que lhe foi dada em vista da sua dignidade futura como Mãe de Deus, “em antecipação dos méritos do seu Filho Jesus Cristo, o Salvador da raça humana”.
Como nos lembra o texto de Génesis 3, a humanidade afastou-se de Deus. Disseram os Padres da Igreja: A imagem ainda está em nós, mas a semelhança tem sido negada pelo pecado… desde Adão e Eva, ou seja, desde o início dos tempos.
Maria, a Nova Eva, acolhemos com fé como a Imaculada Conceição, abrindo-nos ao seu desconcertante encontro com o anjo Gabriel proposto pela liturgia de hoje.
Maria está pertubada. Esta é a primeira atitude de Maria que Lucas nos revela nas páginas do seu Evangelho, dando-nos a espantosa fidelidade de Maria à resposta dada ao anjo. Uma fidelidade como nenhuma outra, uma presença discreta desde a aldeia de Nazaré até ao pé da Cruz. A primeira palavra de Maria é uma pergunta: “Como é que isto se faz? A pergunta de Maria é uma pergunta muito humana, semelhante a todas as perguntas que fazemos e que exige uma resposta misturada com fé, confiança e esperança. “Como é que isto deve ser feito? O “SIM” de Maria a Deus através do anjo, abre uma possibilidade para o nosso próprio “SIM”. Nada é impossível para Deus. Nesta fase da nossa história pessoal no Instituto do Sagrado Coração de Maria, estamos prontos a acolhê-lo e a deixarmo-nos dominar pela novidade do encontro com Aquele que é, que foi e que virá? Estamos prontos a continuar a desejar “servir o amor de Deus pelo nosso mundo”?
Maria, a mais Bela, que carrega Deus e se deixa levar pelo seu amor, convida-nos a fazer o mesmo. Só podemos levar Deus, levar Cristo aos outros, se também nós nos permitirmos acolher pelo Seu amor. Não foi isto que o Padre Gailhac recomendou a uma comunidade na sua carta de 9 de Setembro de 1882: “E diga-me, há algo mais belo, mais nobre, mais doce, mais consolador para si do que trabalhar para tornar o seu coração como o de Maria?”